Horizonte errado

É aqui, pinto meus pesadelos, derreto mesmo diante de pedras de gelo, aqui eu me encontro de um jeito que não é real, mas aqui também me perco...




Não sei direito como medir em que termos te amei, nem sei ao certo se a palavra certa é amor, esse vazio cínico me doí, acredite doí mais em mim do que em você, é como acreditar que tantos suspiros e desesperos, não valeram de nada, não conseguiram te definir e nem sequer te explicar toda essa paixão que agora morre, me abandona e termina por me matar também.

Tá chovendo pra caralho lá fora meu amor, agora sempre chove mesmo estando sol a pino, me fazendo suar frio e em bicas, desfragmentar você em mim foi maior do que montar você, por que você necessitou de todo um projeto, você surgiu aos poucos e quando eu vi estava maior que a Torre de Babel e agora você desaparece assim de maneira definitiva, abrupta e por isso mesmo terrivelmente dolorosa. O castelo me prendeu, mas também me aninhou nas noites em que a insonia ferrava com tudo, como vou viver sem a impossibilidade de viver sem você? Isso me deixa estática, a sua presença e a sua ausência, dupla maldição que sempre ansiei, agora não existem mais distrações, agora é a vida real.


Meu delírio de 1,80 m e riso fácil, chove aos cântaros lá fora e eu penso em você, peço que você venha de manhã e dure hoje, é o primeiro pensamento da manhã e também o último que me acorre á noite; vinte e quatro horas de felicidade instantânea, alegria entregue pelo sedex a domicilio, simples como abrir uma caixa e me deparar com você, sem precisar explicar nada, sem criar teorias desconexas, apenas dar vazão a minha paixão politicamente incorreta...


Rasgar a minha garganta em gritos histéricos de desejo incontido, marcar diabolicamente a sua pele com a violência do encontro inevitável de nossos corpos!

Um dia e o resto da minha existência seria catatônica, revivendo e construindo o que deixou de acontecer, dance comigo, dentro de mim...