Horizonte errado

É aqui, pinto meus pesadelos, derreto mesmo diante de pedras de gelo, aqui eu me encontro de um jeito que não é real, mas aqui também me perco...

A dor é meio mal humorada agora, nem sequer aceita um cigarro, copo de vodka então de jeito algum, deve ser dotada de escrupulos essa minha dor ranzinza e calada. Escreveria uma carta pra ela agora, diria coisas doces que a fariam sentir ainda mais pena da babaca aqui, faria uma tatuagem com o nome dela, gritaria mil vezes a frase clichê e estúpida dos amantes, beberia fel, me jogaria de um prédio em chamas, a minha dor ameaça sorrir, só não sei se é de mim ou para mim, mas acho que isso não importa, isso nunca importou.
Se ela estivesse aqui agora eu diria de maneira dramática: "O único refúgio serias tu!" ela daria aquele meio sorriso torto, que eu amo e diria que eu vivo muito bem sem ela, obrigada e isso só tornaria tudo ainda mais patético.
Minha boca tem um gosto amargo, os olhos pesam, me encolho em um canto qualquer dessa casa enorme e ainda mais vazia desde que ela se foi, acendo um cigarro totalmente desajeitada, minhas mãos tremem tanto que não consigo segurar o maldito hollywood que cai, a dor me comprime, sinto uma angústia tão concreta no peito que parece que vou desistir de respirar a qualquer momento.
A minha dor, fantástica em momentos criticos como esse, apenas me encara com um misto de pena e crueldade, não acaricia meus cabelos como julguei que faria, nem me oferece colo, não faz nada, assiste parada a minha ruína, assiste impássivel a minha destruição quase completa, até que resolve falar:
- Sabe qual é o teu maldito problema Natalie?
Nego com a cebeça, olhar desvairado, perdida pra caralho em qualquer lugar.
- Tu quer uma coisa que não existe!
A observo sem interesse e digo ainda mais desinteressada:
- Vai te foder!

1 comentários:

Oi... adorei seu blog..
vc escreve mto bem...
to seguindo vc..
pode me seguir se quiser..
bjo

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Comenta nessa bodega, apenas se tiver compreendido, beleza?